sexta-feira, 2 de outubro de 2009

O POMBO PAULISTA

A MIDIA IMORTALIZOU O POMBO PAULISTA COMO UM PERSONAGEM QUE TUDO VÊ E TUDO SABE.

A utilização pela mídia do POMBO PAULISTA mostra nas entrelinhas alguns aspectos de sua ecologia bastante importantes. O Pombo, além de Paulista é oniciente e onipresente, sem ser divindade. Sua presença é tão flagrante e tão expandida que este Pombo Paulista é capaz de saber dos mínimos e mais íntimos detalhes da vida do Paulistano. Ele sabe se o cidadão passa roupa ou não, se toma banho ou não, quanto gasta de energia e outros detalhes interessantes.

A ímagem que a mídia retratou é bem parecida com aquela que nós cidadãos paulistanos observamos todos os dias. Uma ave extremamente adaptada aos hábitos do homem urbano, vivendo às suas expensas com a maior falta de cerimônia, ocupando todos os espaços do homem e suas cercanias.

Os pombos encontraram guarida no ambiente urbano em razão da visão humana de urbanização. Os rococós e trejeitos da arquitetura antiga, moderna, pós modernista e contemporânea não escapam ao olhar atento e vigilante destas aves. Os pombos se aproveitam da falta de costura que existe entre os profissionais arquitetos e controladores de pragas e vão se acomodando por toda a cidade.

O homem, por sua vez, cansado de tanto cimento, nutre estes animaizinhos com o carinho proporcional à sua carência de natureza. Distribuir alimentos é uma prática comum nas cidades e geralmente quem o faz são os mais idosos e as crianças, que se divertem enquanto os pombos disputam as migalhas de pão e batem as asas com vigor, liberando milhões de microrganismos e ácaros que , por sua vez, se alojam nos transeuntes e nos atentos observadores.

Não é raro encontrarmos bandos de pombos que, afeitos à "caridade" das pessoas são mais arrojados e invadem lanchonetes , chegando a subir em mesas para obter o que desejam.

Não podemos também nos esquecer daqueles pombinhos que vivem nos lixões, nas usinas de lixo, dos restos de compostagem e dos restos dos grandes atacadistas e proliferam muito bem nestas condições.

Assim a solução será eliminá-los!? Será que eliminando pombos nós iremos resolver o problema? É interessante observar que em alguns locais mais críticos, na calada da noite (já que matar pombos é proibido por lei) provavelmente algum tipo de eliminação deva ocorrer, pois eles da noite para o dia ficam em minoria por algum tempo, mas logo os bandos estão fortalecidos. Isto sem contar aqueles que se divertem no tiro ao pombo.

Desde que o homem descobriu a primeira molécula eficiente para controlar pragas, o DDT, que ele busca sempre alguma nova utilização para o arsenal quimico que ele produz. Nem sempre controlar pragas é seguir por esse caminho. No caso do pombo, essa é uma realidade.

Assim enquanto não tomarmos medidas realmente adequadas e construtivas para controlar essas aves nós vamos continuar observando o pombo paulista, carioca, pernambucano, paraibano, gaucho, baiano, catarinense, etc, etc, etc.