Quatro dos nove municípios da Baixada Santista estão em sinal de alerta para um possível surto de dengue a partir do final deste ano. São eles: Guarujá, Itanhaém, Peruíbe e São Vicente. Esse cenário foi verificado pelas equipes das secretarias municipais de Saúde no Levantamento Rápido do Índice de Infestação por Aedes aegypti (LIRAa) realizado em todos os municípios da Baixada Santista, no mês passado.
Os resultados obtidos por A Tribuna constam no site da Superintendência de Controle de Endemias (Sucen), órgão vinculado à Secretaria de Estado da Saúde, mas devem ser divulgados oficialmente pelo Ministério da Saúde ainda este mês.
No caso das localidades citadas, o LIRAa ficou entre 1 e 3,9, ou seja, de 1% a 3,9% dos domicílios vistoriados pelos agentes de combate às endemias continham as larvas do inseto.
Peruíbe teve o pior resultado da região, com índice de 3,3. Na sequência, aparecem Guarujá, com 2,5, São Vicente (1,7) e Itanhaém (1,5).
Na Avaliação de Densidade Larvária (ADL), semelhante, feita em julho deste ano – chamada de Índice de Breteau –, Guarujá não tinha recebido o sinal amarelo, ao contrário de Praia Grande e Mongaguá, que apresentaram resultados melhores agora (0,8 e 0,3, respectivamente).
Ambos os municípios tiveram a classificação satisfatória (quando o resultado é abaixo de 1). O mesmo ocorre com Bertioga (0,4) e Santos (0,5). Cubatão não fez o LIRAa.
Esses resultados representam uma média dos setores fiscalizados. Por exemplo: há áreas de São Vicente, Peruíbe, e Guarujá que tiveram resultados superiores a 4, o que demonstra um alto risco de surtos de dengue.
A partir desses resultados, as equipes municipais de Vigilância conseguem identificar os bairros mais críticos e os principais focos de reprodução do mosquito nesses locais. Assim, é possível melhorar o trabalho de prevenção.
Em razão das altas temperaturas normalmente registradas nas últimas semanas de cada ano, o ciclo do mosquito pode cair para apenas 12 dias. Quando o clima está ameno, esse período é de cerca de 30 dias.
O que dizem as prefeituras?
Para Bertioga, o bom resultado do LIRAa está atrelado à acentuada queda nos casos de dengue, conforme apontam relatórios do ADL anteriores feitos este ano. Já Cubatão justificou que não participou do LIRAa.
Guarujá informou que as características geográficas da cidade, como morros e áreas de mata, sempre contribuíram para um alto índice do LIRAa. Porém, a Administração destacou que o dado aferido é um dos mais baixos, se comparado ao de anos anteriores.
Itanhaém entende que os índices verificados apontam que agentes de vetor têm encontrado recipientes, mas não foram registrados o aumento dos números de larvas positivas.
Conforme Mongaguá, o índice do LIRAa é satisfatório. “Não baixamos a guarda, pois o trabalho de combate ao Aedes aegypti é realizado o ano inteiro”. A prefeitura de Peruíbe não fez comentários a respeito do resultado do levantamento.
O Departamento de Saúde Ambiental de Praia Grande entende que o índice LIRAa ficou dentro do espuna.com.brerado. Com base nos dados, as ações serão intensificadas, como a visita dos agentes nas casas e estabelecimentos, conscientização nas escolas e outros espaços públicos entre outros.
A chefe do Departamento de Vigilância em Saúde de Santos, Ana Paula Nunes Viveiros Valeiras, acredita que o resultado do LIRAa deste ano foi “excelente”. Na avaliação da servidora, os números comprovam que o município está fazendo a “lição de casa”.
Na visão dela, a população está mais consciente para evitar a proliferação do Aedes aegypti. “Acho que o nosso grande segredo é desenvolver ações durante todo o ano. Há alguns anos não havia essa preocupação. A dengue deixou de ser uma doença sazonal”, afirmou. Segundo São Vicente, os dados do ADL e LIRA vêm sendo observados sistematicamente e norteiam as ações referentes ao grau de infestação, estratificado por área e quais os principais criadouros por área.
Fonte: www.atribuna.com.br