Não se vislumbra no cenário de imunização no Brasil nada que lembre a Revolta da Vacina, em 1904, na cidade do Rio de Janeiro, quando a população virou bondes, danificou fachadas de prédios, quebrou árvores e destruiu lampiões para protestar contra a vacina da varíola.
Na época, os agentes sanitários invadiam as casas e aplicavam as injeções à força. Para quem acreditava que se tratava de uma tática do Estado para exterminar as camadas mais humildes, a violência dos agentes só fez aumentar o rechaço.
Em uma proposta muito mais conciliadora, agentes comunitários têm visitado domicílios em bairros de São Paulo para saber quem tomou ou não a vacina. Aproveitam para distribuir uma senha de vacinação aos que ainda não se protegeram e esclarecer dúvidas. Os eventos adversos costumam ocupar o topo das perguntas.
"Ainda não temos certeza, mas acho que o Carnaval e o período de férias contribuíram para essa drástica diminuição na procura pela doses", cogita Marco Antônio Carvalho de Lima, coordenador de saúde da região Sul do município de São Paulo.
Na visão geral, diz ele, ainda vigora a percepção de que a vacina, se não mata, traz algum efeito colateral que pode comprometer um período de relaxamento e descontração, por exemplo. Com a volta ao ritmo normal, a proposta é convencer a população de que não há nenhuma conspiração embutida na fórmula do produtO.
Fonte: BBC Brasil
Fonte: BBC Brasil