Ação
deve começar pelo Morro da Conceição, Mangabeira e Macaxeira, bairros da Zona
Norte, onde a incidência do mosquito é maio.
Recife
usará mosquitos estéreis para diminuir em até 80% a população do transmissor
das arboviroses.
O
Recife vai usar mosquitos estéreis para reduzir a população de Aedes aegypti e
controlar as arboviroses. O combate ao inseto causador da dengue, chikungunya e
zika deve começar pelo Morro da Conceição, Mangabeira e Macaxeira, bairros da
Zona Norte, onde a incidência do mosquito é considerada maior. A previsão é que
os primeiros mosquitos estéreis sejam soltos no segundo semestre deste ano. A
expectativa dos pesquisadores é de que a população de Aedes aegypti seja reduzida
em até 80% em cinco meses, após a soltura.
Ontem,
o projeto piloto do Mosquito Estéril foi apresentado para o diretor geral
adjunto para Cooperação Técnica da Agência Internacional de Energia Atômica
(AIEA), Dazhu Yang. O chinês aprovou a tecnologia brasileira desenvolvida pela
Biofábrica Moscamed, localizada na cidade de Juazeiro, na Bahia. Ele aprovou o
projeto pioneiro no mundo ao associar as técnicas do mosquito ionizado e a
aplicação da Bactéria Wolbachia. A novidade, que também deve ser adotada em
outros países, foi apresentada ontem na Upinha Moacyr André Gomes, no Morro da
Conceição, localidade onde os mosquitos serão soltos inicialmente. Parcerias
para capacitação na área de utilização de energia atômica para a soltura do
mosquito estéril deverão ser firmadas com a AIEA. O projeto é desenvolvido em
parceria com o Departamento de Energia Nuclear da Universidade Federal de
Pernambuco e o Laboratório Lika.
O
presidente da biofábrica, Jair Virgínio, recebeu um certificado de excelência,
um selo de qualidade, que assegura a implantação do projeto. Ele explicou que
os mosquistos estéreis competem com os mosquitos selvagens ou comuns,
encontrados na natureza. Ao se acasalar, as fêmeas botam ovos que não geram
filhotes. Com o tempo, a população de mosquitos vai ser reduzida. “Nessa
formação do embrião existe uma incompadibilidade que não premite a formação
desses ovos. Eventualmemte, eles não chegam nem a vingar quando estão
depositados nos criadouros, espalhados pela cidade. Se a gente pudesse dizer de
uma forma bem clara, diria que isso é o controle da natalidade aplicada aos
mosquitos”, assegurou.
A
Unidade de Produção de Aedes aegypti Transgênicos tem capacidade para produzir
quatro milhões de machos estéris por semana. O mosquito, aliado ao combate ao
Aedes aegypti, recebe doses de radiação para se tornar estéril. A quantidade
que será solta em cada localidade vai depender da infestação. Um total de 58
armadilhas ovitrampas, onde as fêmeas depositam seus ovos, já estão instaladas
na área do distrito sanitário VII, onde ficam os bairros da Mangabeira,
Macaxeira e Morro da Conceição.