O mais recente plano da Google passa por soltar 20 milhões
de mosquitos cheios de bactérias na Califórnia. E o projeto, que à primeira
vista não parece fazer sentido, poderá salvar muitas vidas.
Quando forem lançados em Fresno, na Califórnia, para se
acasalarem com populações selvagens, estes machos estéreis não conseguirão se reproduzir com sucesso
Pode parecer parte de um filme de ficção científica, mas não
é. A Verily, um dos ramos da Google, vai libertar 20 milhões de mosquitos,
cheios de bactérias, na Califórnia. Os especialistas, que estão à frente do
projeto dizem que poderá ser a alternativa para controlar “o animal mais mortal
do mundo”, prevenindo a propagação de doenças por ele transmitidas.
A técnica lançada pelo projeto Debug não depende de
engenheira genética. Em vez disso, usa uma bactéria natural que faz com que os
insetos produzam ovos cada vez mais fracos.
Este será o maior estudo lançado nos Estados Unidos e que
está relacionado com mosquitos machos estéreis, tratados com Wolbachia, uma
bactéria natural. Quando estes se tentarem reproduzir com fêmeas, os ovos não
vão eclodir”, segundo o site da Verily.
O projeto é liderado pela Verily Life Sciences, uma
ramificação da empresa-mãe Alphabet Inc, da Google. Colabora com o MosquitoMate
e com a cidade de Fresno, na Califórnia.
Como funciona?
Estes mosquitos são infetados com a bactéria natural, a
Wolbachia. Destina-se ao mosquito Aedes aegypti, uma espécie conhecida por
transportar uma série de doenças potencialmente mortais, como o zika, o dengue
e o chikungunya.
A espécie Aedes aegypti
Quando forem lançados em Fresno, na Califórnia, para se
acasalarem com populações selvagens, estes machos estéreis e as fêmeas não se
conseguirão reproduzir com sucesso.
Assim sendo as próximas gerações vão se tornando menos
numerosas até que sejam erradicadas, de acordo com o vídeo explicativo do
projeto.
A equipe acompanhará a densidade populacional e a incubação
dos ovos entre as espécies e vai comparar esses dados com os outros bairros de
controlo do estudo.
A iniciativa foi lançada em julho de 2017 e vai durar 20
semanas, sendo que serão libertados um milhão de mosquitos por semana, em dois
bairros de Fresno.
Esta não é a única empresa que espera usar a robótica e a
inteligência artificiais para impedir a propagação e ajuda à disseminação de
doenças mortais.
O plano da Microsoft
Também a Microsoft está testando uma “armadilha inteligente”
no Texas, o Project Premonition. O seu objetivo é isolar e capturar mosquitos
Aedes aegypti, de acordo com a agência Reuters. Espera-se que este projeto
permita que os entomologistas estudem, em primeira mão, métodos que permitam
prever surtos.
Este projeto redesenhou as armadilhas mosqueteiras, para que
estas sejam robóticas e inteligentes. Segundo o site da Microsoft, “é composta
por 64 células inteligentes, que monitorizam os insetos que voam para dentro
dela”. No caso de serem mosquitos que interessem, então há uma porta que fecha,
de forma a capturar o inseto. “A armadilha pode tornar-se mais eficiente e é
projetada para funcionar por mais de 20 horas em ambientes quentes e húmidos”.
Embora os casos [de zika] tenham diminuído acentuadamente,
os mosquitos capazes de transportar vírus estão a espalhar-se nas Américas,
incluindo em grandes áreas do sul dos Estados Unidos”, segundo a agência
Reuters.
Fonte: Observado.pt